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Evento “Oncologia de Precisão no Brasil” marcou a integração do grupo de pesquisa EETOP ao IEA-USP

As Professoras Claudia Pavani (FEA-USP), Patricia Coelho de Soárez (FMUSP), Wija Oortwijn (Radboud University) e Hillegonda Maria Dutilh Novaes (FMUSP). Img: Leonor Calasans/IEA-USP

A oncologia de precisão está revolucionando o tratamento de câncer, trazendo esperança com tratamentos personalizados que podem mudar o curso da doença e melhorar a sobrevida dos pacientes. No entanto, os custos elevados e os desafios de implementação colocam questões sobre acesso e equidade.

Nos dias 1º e 2 de outubro, ocorreu o Seminário “Oncologia de Precisão no Brasil: Uma Abordagem de Avaliação de Tecnologias em Saúde ao Longo do Ciclo de Vida”, inaugurando as atividades do Grupo de Pesquisa Equidade e Eficiência das Tecnologias de Oncologia de Precisão (EETOP) do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP). O grupo tem como propósito constituir um espaço de comunicação entre a comunidade científica e a sociedade, promovendo discussões interdisciplinares em torno das contribuições da “medicina de precisão em oncologia” para o cuidado do paciente com câncer, em uma perspectiva de equidade e sustentabilidade do sistema de saúde brasileiro.

O seminário trouxe à tona temas fundamentais para discutir a incorporação dessas tecnologias no sistema de saúde, como:

  • Mudança de paradigmas na pesquisa e na prática clínica: tecnologias de precisão têm trazido desafios para os sistemas de saúde com evidências ainda limitadas, altos custos e incertezas sobre os benefícios a longo prazo. “A curva de aprendizagem do uso dessas tecnologias altera o seu resultado e o contexto dos serviços de saúde impactando e sendo impactado pelas tecnologias” destacou a Professora Maria Novaes, membro do EETOP.
  • Desafios e oportunidades da oncologia de precisão no Sistema Único de Saúde (SUS): “a importância da precisão diagnóstica no momento certo, para o paciente certo.” Foi destacada pelo Professor Roger Chammas, membro do EETOP e coordenador do Centro de Estudos e Tecnologias Convergentes para Oncologia de Precisão (C2PO).
  • Centros Nacionais de Terapia Avançada (Nutera-SP e Nutera-RP): Iniciativas brasileiras com potencial de produção de terapias inovadoras, como o CAR-T Cell, a custos significativamente mais acessíveis.

Participaram do evento representantes da academia, da Secretaria-Executiva da Conitec, de núcleos de avaliação de tecnologias em saúde, especialistas médicos, pesquisadores, produtores públicos, indústria farmacêutica e de associação de pacientes. Os diálogos foram orientados pela perspectiva e discussão internacional sobre o tema, com presença da presidente do Comitê da Agência Holandesa de ATS (Zorginstituut Nederland) e professora da Radboud University Medical Centre da Holanda, Wija Oortwijn.

Segundo a Professora Patrícia Soárez, coordenadora do EETOP, “A realização do evento foi enriquecedora, proporcionando um diálogo valioso entre os stakeholders do ecossistema de oncologia de precisão. As discussões, profundas e essenciais, abordaram os desafios complexos da implementação dessas tecnologias inovadoras no Sistema de Saúde Brasileiro, fomentando reflexões sobre soluções para garantir o acesso equitativo e sustentável aos tratamentos de ponta. Além disso, foi uma oportunidade educacional que incentivou a transdisciplinaridade e a colaboração entre pesquisadores e alunos de pós-graduação, destacando o papel crucial da Saúde Coletiva na implementação das inovações tecnológicas da oncologia de precisão na rotina dos serviços e sistemas de saúde.”

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